Opinião
É este um livro, talvez com muito de autobiográfico, que conta - sob a forma de narrativa ficcionada, enriquecida com os comentários e as reflexões do autor, cuja erudição agradecemos do fundo dos nossos corações - em dois momentos diferentes - o primeiro na China e o segundo na Europa - um encontro entre culturas. Está pleno de referências históricas, culturais, religiosas. Para quem for sensível a este tema (o encontro entre as culturas chinesa e ocidental), este livro dá "pistas" riquíssimas sobre as emoções - as insatisfações, as alegrias, a incompreensão, a recusa, a tolerância - que semelhante encontro provoca em nós. E, principalmente, porque é a visão que nos é mais alheia, no "outro". Para quem não se sentiu nunca muito atraído pela questão, este livro provoca um oh! de admiração e alarga-nos o campo de visão, tanto sobre a nossa própria cultura, como sobre a cultura chinesa.
Os momentos em que o autor observa, por exemplo, a pintura ocidental renascentista e a "compara" com a pintura chinesa, são momentos de humanidade verdadeira.