Opinião
Eu nasci no distrito de Bragança e não consegui evitar sentir-me incomodada com a crueldade protagonizada por conterrâneos meus, relatada em "Âmbar", um dos muitos contos escritos por Maria de São Pedro neste seu "Lua de Lobos". Não tenho memória de situações semelhantes mas lembro-me do medo que nos invadia quando se pressentia a descida dos lobos à aldeia...
Confesso que nunca parei para pensar muito nisso e reconheço que pouco ou quase nada sei (ou sabia?) sobre lobos, a não ser o que aprendi nas aulas de biologia e nas histórias e lendas protagonizadas por eles. E, à excepção da "mãe" de Rómulo e Remo, todas as outras histórias me faziam crer ser um animal cruel, sangrento e traiçoeiro até aparecer alguém como a Maria e resolver despertar-me para uma realidade bem diferente. A sua paixão por estes animais resulta num fabuloso livro, onde as poesias e os contos se completam, numa viagem fantástica, pedagógica, mística e a transbordar de sensibilidade que nos envolve nesta cruzada que encetou de defesa dos "seus" lobos.
Não queria deixar de fazer referência ao sugestivo título escolhido. Lua e Lobos envoltos em mistério e magia, eternamente ligados, alheios à nossa ignorância, amando-se e cativando-nos através das palavras da sua ainda mais amante Maria.
Recomendo vivamente a leitura de "Lua de Lobos". Estou certa de que não se arrependerão nem darão por perdido o tempo que a ele dedicarem!
Para a autora, um bem haja muito sincero!
Continua a espalhar aos quatro ventos, essa tua genuína maneira de ser e de estar neste mundo. Desejo-te os maior sucesso e reconhecimento do teu talento!
Fico à espera de te "aprender" ainda mais noutros livros que espero possa ler muito brevemente!
Comentários
Pintora com mais de duzentas exposições realizadas, poetisa, contista premiada aos quinze anos de idade com um primeiro prémio de conto policial radiofónico, publicada numa antologia de ficção científica ao lado de Isaac Azimov e Arthur C. Clarke, Maria de São Pedro tem uma predilecção por gatos e cães. Depois da antologia por si coordenada “Gatos, Gatinhos” (Outubro 2000), e da sua congénere “Cachorros, cachorrinhos”, (Novembro 2001), assina integralmente este livro de contos e poesias cujo tema central é o Lobo, tratado com a mesma ternura das produções anteriores.