Publicidade

Orlando Loureiro Neves

Portugal
11 Set 1935 // 24 Jan 2005
Escritor/Poeta/Dramaturgo/Tradutor

Publicidade

A Dor

Que venha, refúgio ou insónia, futuro
antigo e comece no campo ou no flanco, à
direita, onde consome a alma, à esquerda
onde exclama no corpo, na seiva ou no chão

dos sobressaltos. Venha, amantíssima e espessa,
orelha ou folha acesa, fugaz ou rasgada,
planície vermelha, doce, gélida ou rápida.
Obedeça ao enleio, desperte ou descanse,

corre pelo sangue como cervo na noite,
sol que despedaça o peito. O rosto se cobre
de grandes cinzas, pesado como uma lágrima,

a alma, sendo ar, em nenhum lugar sereno.
Única posse de que dispomos. É seu
absurdo desejo, subtil e sem domínio.

Orlando Neves, in "Decomposição - o Corpo"
// Consultar versos e eventuais rimas




Publicidade

Publicidade

Publicidade

Facebook
Publicidade

Inspirações

Vive Profundamente

Publicidade

© Copyright 2003-2021 Citador - Todos os direitos reservados | SOBRE O SITE