Entras como um punhal/ até à minha vida./ Rasgas de estrelas e de sal/ a carne da ferida./ / Instala-te nas minas./ Dinamita e devora./ Porque quem assassinas/ é um monstro de lágrimas que adora./ / ...
Felizes. Porque, ao fundo de si mesmos,/ cheios andam de quanto vão pensando./ E, disso cheios,/ nada mais sabem. Dão para aquele lado/ onde o mundo acabou, mas resta o eco/ de o haverem pensado até ...
Vinham rosas na bruma florescidas/ rodear no teu nome a sua ausência./ E a si se coroavam, e tingiam/ a apenas sombra de sua transparência./ / Coroavam-se a si. Ou no teu nome/ a mágoa que vestiam ma...
A solidão é sempre fundamento/ da liberdade. Mas também do espaço/ por onde se desenvolve o alargar do tempo/ à volta da atenção estrita do acto./ Húmus, e alma, é a solidão. E vento,/ quando da imóv...
Qualquer coisa de paz. Talvez somente/ a maneira de a luz a concentrar/ no volume, que a deixa, inteira, assente/ na gravidade interior de estar./ / Qualquer coisa de paz. Ou, simplesmente,/ uma ausê...
A velhice é um vento que nos toma/ no seu halo feliz de ensombramento./ E em nós depõe do que se deu à obra/ somente o modo de não sentir o tempo,/ senão no ritmo interior de a sombra/ passar à trans...
A nossa inteligência as está vendo/ quando, da luz da sua rodeadas,/ criam a brisa pelo movimento/ com que entram para o espaço das palavras./ Por ora irem mensura ainda o tempo/ de aparecerem zonas ...
Se em nós a solidão viver sozinha,/ sem que nada em nós próprios a perturbe,/ cada figura passará rainha/ na antiguidade súbita da urbe./ / Um acento de pena irá na linha/ vincar a eternidade de figu...
O tempo vive, quando os homens, nele,/ se esquecem de si mesmos,/ ficando, embora, a contemplar o estreme/ reduto de estar sendo./ O tempo vive a refrescar a sede/ dos animais e do vento,/ quando a e...
Seria eterno, se não fosse entrando/ por aquele país de solidão,/ aonde ver a luz alarga, quando / e alarga, à volta, a vinda do verão./ / Seria eterno. Assim somente o brando/ movimento de entrar se...
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