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118 Poemas

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A Giganta (31)

No tempo em que a Natura, augusta, fecundanta,/ Seres descomunais dava à terra mesquinha,/ Eu quisera viver junto d'uma giganta,/ Como um gatinho manso aos pés d'uma rainha!/ / Gosta de assistir-lhe ...

Carta ao Mar (32)

Deixa escrever-te, verde mar antigo,/ Largo Oceano, velho deus limoso,/ Coração sempre lyrico, choroso,/ E terno visionario, meu amigo!/ / Das bandas do poente lamentoso/ Quando o vermelho sol vae te...

Antes o Vôo da Ave (33)

Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rasto,/ Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão./ A ave passa e esquece, e assim deve ser./ O animal, onde já não está e por isso de nada serve,/...
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Tarde no Mar (34)

A tarde é de oiro rútilo: esbraseia/ O horizonte: um cacto purpurino./ E a vaga esbelta que palpita e ondeia,/ Com uma frágil graça de menino,/ / Poisa o manto de arminho na areia/ E lá vai, e lá seg...
Charneca em Flor

Mãe (35)

Olha, meu filho! quando, à aragem fria/ De algum torvo crepúsculo, encontrares/ Uma árvore velhinha, em modo e em ares/ De abandono e outonal melancolia,/ / Não passes junto dela nesse dia/ E nessa h...

As Rosas Amo dos Jardins de Adônis (36)

As Rosas amo dos jardins de Adônis,/ Essas volucres amo, Lídia, rosas,/ Que em o dia em que nascem,/ Em esse dia morrem./ A luz para elas é eterna, porque/ Nascem nascido já o sol, e acabam/ Antes qu...
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Pintura (37)

Onde se diz espiga/ leia-se narciso./ Ou leia-se jacinto./ Ou leia-se outra flor./ Que pode ser a mesma./ / As flores/ são formas/ de que a pintura se serve/ para disfarçar/ a natureza. Por isso/ é q...

Humildade (38)

As águas beijei,/ As nuvens olhei,/ Às árvores cantei,/ Na sua beleza./ / Os bichos amei,/ Na sua bruteza,/ Na sua pureza,/ De forças sem lei./ / E porque os amei/ E os acompanhei,/ Não me senti rei/...

Ar (39)

Vivificante ar, pai da existência,/ Assopro animador do Autor Divino,/ Deste nosso subtil moto contino/ Composto, onde um Deus pôs sua ciência!/ / Tu tens, ó ar, a excelsa preeminência/ De ser exalaç...

A Manhã Raia (40)

A manhã raia. Não: a manhã não raia./ A manhã é uma coisa abstracta, está, não é uma coisa./ Começamos a ver o sol, a esta hora, aqui./ Se o sol matutino dando nas árvores é belo,/ É tão belo se cham...
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