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José Luís Nunes Martins

Portugal
n. 14 Mar 1971
Filósofo
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Os Inimigos do Progresso

O progresso que se deseja hoje é algo que dependerá mais da vontade individual do que dos prodígios impessoais dos mercados.

A miséria e a ignorância são dois travões ao desenvolvimento.

Hoje, nenhuma pobreza é casual ou inevitável, porque existem os meios que permitem garantir a total erradicação da indigência. A que existe é fruto de uma decisão maioritária de vontades individuais. Alguns julgam que será consequência da ação dos mercados que, ao selecionar e premiar os melhores, filtra e castiga os que têm menos capacidades de contribuir para o sucesso tal como o entendem alguns; outros preferem apontar como causa da pobreza a existência de gente rica, logo, a solução passaria, para estes, por eliminar as camadas sociais mais abastadas. Entre tanta discussão não fazem nada, e quase unanimemente condenam quem o faz.

Os Inimigos do Progresso

A ignorância é um mal. A liberdade supõe o privilégio até de errar, mas sempre dentro de um quadro com todas as opções. Quem não sabe, não pode escolher bem. Só há liberdade com conhecimento. Mas há muitos que julgam que só serão livres enquanto não o formos todos...

Se em vez de nos sentarmos a divagar nos levantássemos e, sem justificações ou teorias, dessemos pão a quem tem fome e saber a quem não sabe, o verdadeiro progresso aconteceria de forma lógica. Não se trata de dar tudo a todos mas, tão-só, de garantir que a ninguém falta o mínimo.

Hoje, muitos são os que tendo pão e ciência decidem viver longe da sua essência humana, justa e humilde. Gente miserável e ignorante. São eles a asneira que impede o progresso.

José Luís Nunes Martins, in 'Filosofias - 79 Reflexões'
[Autoria da Ilustração: Carlos Ribeiro]




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