A maneira de reagir à saudade e à tristeza é ter um coração bom e uma cabeça viva. A saudade e a tristeza não são doenças, ou lapsos, ou intervalos, como se diz nos países do Norte. São verdades, condições, coisas do dia a dia, parecidas com apertar os atacadores dos sapatos. É banalizando-as que as acompanhamos. Um sofrimento não anula outro. Mas acompanha-o. Para isto é preciso inteligência e bondade.
Aquilo que resta são as pequenas alegrias. No contexto de tamanha tristeza e tanta verdade tornam-se grandes, por serem as únicas que há. Não falo nas alegrias que passam, como passam quase todas as paixões.
Falo das alegrias que se tornam rotinas, com que se conta: comprar revistas, jantar ao balcão, dormir junto do mar, dizer disparates, beber de mais, rir. Coisas assim. São essas coisas — entre as quais o amor — que não se podem deitar fora sem, pelo menos, morrer primeiro.

Miguel Esteves Cardoso, in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa'

1. Como é que se Esquece Alguém que se Ama?
2. Os Amigos Nunca São para as Ocasiões
3. O que Distingue um Amigo Verdadeiro
4. Só um Mundo de Amor pode Durar a Vida Inteira
5. Alimentar o Amor
6. A Mulher Portuguesa Tem um Bocado de Pena dos Homens
7. Casar por Amor
8. Ninguém Tem Pena das Pessoas Felizes
9. Aprender de Cor quem Amamos
10. O Tempo Vale Muito Mais do que o Dinheiro
11. Um Segredo de um Casamento Feliz
12. A Alma Gémea
13. Amigos para Sempre
14. Quando nos Apaixonamos
15. O Engraxanço e o Culambismo Português
16. Amo-te, Portugal
17. Para a Minha Mulher
18. Reagir à Saudade e à Tristeza
19. Quem não Dava a Vida por um Amor?
20. Como se Faz uma Declaração de Amor?
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