Por muito discurso que se faça sobre responsabilidade e credibilidade, na verdade a maioria dos polÃticos imagina que ser uma boa oposição é dizer mal de tudo o que o governo faz. Mais do que considerar o que realmente está em causa, procuram-se os melhores argumentos, nem sempre com relação directa com o assunto tratado, para denegrir a acção governativa. Na maioria dos casos o debate derrapa para questões laterais e pequenos detalhes pouco relevantes tornam-se o centro do debate tão só porque desfavorecem a proposta no seu conjunto. Este tipo de oposição condiciona, e muito, a própria qualidade da democracia, desde logo porque a componente técnica é desvalorizada em favor de argumentos subjectivos, emocionais e polÃticos.
Jornal de Negócios
/ 20060524