Actualidades: PolÃtica
163 Citações
<< >>Pedrosa , Inês
Carrilho , Manuel Maria
A quem disser que (na polÃtica) "tudo não passa de palavras", temos de lembrar que os inventores da democracia foram também os criadores da retórica.
Diário de NotÃcias / 20080315
Carrilho , Manuel Maria
(...) O modo como os antagonistas polÃticos lêem os mesmos números: onde uns vêem quebras, outros sinalizam recuperações. Como eles olham para os mesmos factos: onde uns detectam o eclodir de uma crise, outros identificam sinais de recuperação. Como eles comentam os mesmos protagonistas: onde uns apontam coragem, outros denunciam insensibilidade. Ou como analisam os mesmos comportamentos: o que para uns é determinação, para outros não passa de teimosia.
Diário de NotÃcias / 20080315
Carrilho , Manuel Maria
Na disputa polÃtica o que se visa não é estabelecer uma qualquer incontroversa objectividade ou verdade. O que se pretende é outra coisa, é impor versões contrastadas do mundo, é talhar perspectivas diferenciadas dos factos, é - literalmente falando - construir realidades alternativas.
Diário de NotÃcias / 20080315
Ramos , Rui
A rua não é um sÃtio para ter razão. Na rua não valem os argumentos, valem os números, vale a presença fÃsica. Na rua, o adversário não se ouve, não existe, não conta: é referido apenas para ser assobiado, insultado, queimado em efÃgie. Na rua, a multidão torna-se uniforme: não se divide, não discute - não é real. A rua das manifestações é um espaço privatizado, ocupado e delimitado pelos "organizadores", onde não se ouvem outras vozes - é a negação do espaço público democrático, que é por definição aberto e plural.
Público / 20080312
Domingues , (Frei) Bento
Não é a amabilidade, mas o conflito, que desenha a vida polÃtica. A promoção do bem comum, que a deve nortear, está sempre confrontada com interesses de indivÃduos, de grupos, de corporações, de classes, de ideologias. Ninguém pode esperar que a polÃtica - ciência e arte da promoção da justiça e do convÃvio social - seja um mar de rosas.
Público / 20080309
Júdice , José Miguel
Os processos reformistas são desgastantes e exigem uma estamina muito elevada dos que os lideram. A personalização das questões, a utilização (fácil) de falhas que são muitas vezes o resultado da resistência à mudança ou os estertores da agonia das soluções em perda, a barragem dos media, tudo isso são factores que liquidam mais do que um reformador e que podem fazer recuar as reformas. Como se o Ãmpeto reformista fosse uma espécie de acne juvenil, uma ilusão ou uma teimosia que passam com o tempo.
Público / 20080201
Fernandes , Ferreira
É preciso mentir até prova definitiva da verdade. Porque em polÃtica o que parece, é.
Diário de NotÃcias / 20080131
Miguel Tavares , João
O que é chato em polÃtica é mesmo a polÃtica. Quer dizer: a um governante não basta delinear uma estratégia e agir em conformidade. Não chegam estudos, mapas e relatórios. É preciso explicar as mudanças, resistir aos interesses instalados, ouvir toda a gente, voltar a explicar, nunca amuar, saber onde ceder, saber onde não ceder, fincar o pé. Numa frase: é preciso enfrentar pessoas. E é por isso, por a polÃtica ser coisa mais de gente do que de PowerPoint, que um ministro desastrado pode perfeitamente dar cabo de uma reforma razoável.
Diário de NotÃcias / 20080129
Pulido Valente , Vasco
O fracasso de uma polÃtica nunca é da polÃtica, é da apresentação. Como, inversamente, o sucesso nunca é da polÃtica, é sempre da apresentação. Não há polÃticas boas, nem polÃticas más, só há polÃticas mal ou bem apresentadas.
Público / 20080125
