A crença dominante na cultura ocidental assenta no dogma de que os números é que traduzem a realidade. Se se puder medir, é porque é real. Uma vez tornado real, então pode ser gerido e controlado. Tornámo-nos número-dependentes. (...) Os números, sob as diversas formas que podem revestir, passaram de pincel a pintor, de escopro a escultor, de objectivo a objecto, numa transmutação de realidades que Platão subscreveria.
Jornal de Negócios / 20051121