Dizer de alguém que é "um animal" soa a tudo menos a um cumprimento. Mas dizer de alguém que é "um animal político" já faz a coisa parecer elogio. (...) Claro que os bichinhos não têm culpa de serem invocados em vão, tanto num caso como noutro. Mas no primeiro nada mais se diz deles a não ser a bestialidade, a rudeza, a grosseria de modos ou a falta de pensamento lógico ("Pff!... seu animal!"), enquanto no segundo sobressai o reverso, em qualidade, desses supostos defeitos: a energia, a combatividade, a capacidade de arremeter contra os adversários, a tenacidade sem quebras ("Uau!... que animal político!").
Público / 20040721