À subalternidade sucedeu-se a marginalidade - os novos pobres só são actores num único palco, o da exclusão social. A sua marca pode sintetizar-se no prefixo "sem": sem-abrigo, sem-papéis, sem-poder. O que a caracteriza é a sua centrifugação de toda a relação com o centro, colocando-os na situação de relegados e oferecendo-os como espectáculo da desafiliação, da deambulação pela cidade impessoal e imensa, da deriva de sítio em sítio sempre à margem dos lugares.
Público / 20040901