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António Barreto

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9 Citações



Habituámo-nos a tudo, à miséria e à fraude, à corrupção e ao despotismo. A televisão mostra imagens até à fadiga.

Público / 20090125
No amor, na economia e no futebol, o facto de haver regras e de se conhecerem os hábitos não impede que se viva na ilusão e se mantenha um comportamento dúplice. No amor, é frequente interditar ao parceiro aquilo que se permite a si próprio. E acreditam na sedução mesmo os que conhecem as suas regras. Na economia, ganhar e vencer são os únicos critérios válidos, enquanto roubar ou trair só são criticáveis se foram vistos. Com o dinheiro, a moral é quase sempre para uso alheio. No futebol, fracturar a perna de um adversário temível só é condenável se não for bem feito. São estranhos estes comportamentos. Conhecem-se as regras, percebem-se os interesses, sabe-se que é ilusão e tem-se a exacta consciência da encenação. Mesmo assim, vive-se como se estivéssemos diante de factos genuínos e situações novas.

Público / 20071216
Os políticos falam verdade e mentem indiferentemente. Realizam o prometido ou não, sem qualquer dúvida ou remorso. Defendem, sucessiva e metodicamente, o interesse geral, o partidário e o pessoal, sem nunca deixar de garantir que se trata do interesse nacional. Procuram sobretudo os votos e tentam conquistar, manter e renovar o poder, afirmando sempre que o essencial é o bem-estar da população. Acusam os adversários, ora no poder, ora na oposição, de tudo quanto fazem eles próprios, exibindo sempre a pureza original dos servidores do público.

Público / 20071216
Há quem pense que a mentira é reservada às ditaduras. Sem imprensa livre, escrutínio parlamentar ou oposição legal, qualquer ditador mente quanto e quando lhe apetece. Isso é verdade. Com a democracia, tudo seria diferente. A liberdade de expressão e a imprensa seriam suficientes para conter a mentira. O Parlamento, os partidos e as associações de interesses obrigariam os governos a dizer a verdade. As eleições seriam um correctivo para os políticos mentirosos: exigentes, os eleitores castigá-los-iam. Infelizmente, nada disto é verdade. A democracia vive hoje da mentira. Sob todas as suas formas: ocultação, contradição, correcção, circunstância superveniente ou melhor ponderação. A política tem regras parecidas com as que vigoram no futebol, nalguns negócios e na guerra: o único critério importante é ganhar. Só são condenados os que mentem e perdem. Os que mentem e ganham são respeitados.

Público / 20071028
Como é sabido, os justiceiros não fazem justiça. Mas é a sede de justiça que faz os justiceiros

Público / 20040502
Só ama e preza a liberdade quem acredita na justiça

Público / 20040328
A concorrência entre jornais e televisões faz-se, geralmente, pelo volume de sordidez, pela quantidade de sangue e pela variedade de escândalos, não pela seriedade e pela cultura

Público / 20040111
O que hoje são diferenças serão amanhã divisões. O que hoje é pluralidade será amanhã dissidência. A grande Europa que conhecemos é a da diversidade, não a da união política

Sobre a proposta de uma Constituição Europeia única
Público / 20031019
O país está exausto. As suas elites desinteressadas. Os seus trabalhadores temerosos. E os seus consumidores resignados. Quase tudo o que depende do interior, tal como a educação, a saúde pública, a justiça, a Administração, a organização do Estado, o notariado, o trânsito rodoviário, as licenças camarárias, o fisco, a luta contra a corrupção e a limpeza das ruas nas cidades, quase tudo, dizia, parece estagnado, atrasado e lento na melhoria. O que, pelo contrário, depende do exterior ou tem de enfrentar a emulação externa, ou morre, o que é um alívio, ou melhora

Público / 20031005
 
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