Qualquer perturbação exterior - de irritação, zanga ou raiva - exprime uma perturbação interior que, no entanto, tendemos a não aceitar. Uma necessidade de criticar, emendar, contestar, sentir que somos «bons» e merecedores de respeito. Um desejo escondido de sermos considerados impecáveis e imprecindíveis.
Tudo isso, mesmo que não pareça, está relacionado com o ego. Com a importância que damos às armas que temos. E, aprisionando-nos ao quotidiano, impede-nos o trabalhar profundo sobre nós próprios que nos permite o estado interior da impassibilidade indispensável para aderirmos a algo superior ao nosso ego.
Só assim podemos não ser perturbados pelo que nos acontece.
Xis (Público)
/ 20060610