Queiramos ou não, a vida transforma-nos. Corremos o risco de mudar para pior, se nos fechamos na rigidez das nossas convicções. Mudamos para melhor, quando aceitamos tentar compreender quem somos.
Quanto maior for a resistência à mudança, numa tentativa de manter o controlo sobre os acontecimentos da vida, maior será o embate e a tensão imensa causada pelo desgaste de lutar «contra a maré».
Se assumirmos não ter responsabilidades nos processos de relação com o outro, ninguém se responsabilizará pela nossa causa quando as coisas nos correrem mal. E essas dificuldades na forma como nos relacionamos com as pessoas mais próximas reflectem-se à escala da sociedade e do mundo.
Ter a consciência de quem somos e do que sentimos ajuda a pormo-nos na pele do outro e a tentar sentir o que ele sente e a perceber que a todos nos toca, afinal, viver num mundo cheio de desilusões e ressentimentos. Um comportamento mais ético em relação aos outros reverterá também a nosso favor.
O tempo tem um papel fundamental em tudo o que somos. Ajuda-nos a identificar o que se passa dentro e fora de nós. Se o deixarmos correr e colaborarmos com ele, trabalha sempre a nosso favor, tem uma influência positiva e libertadora. O tempo é sábio, dizem os antigos. Ninguém como ele revela, ilumina, faz balanços e redimensiona situações passadas.
Julgamos ser autónomos na expressão das nossas opiniões e ideais mas, na verdade, termos poucos dados para avaliar a realidade. Sofremos, sem querer, a influência dos media.
Cultivar o nosso gosto natural pela aventura é um hábito saudável. Faz-nos sentir vivos, intervenientes na nossa própria vida e não apenas espectadores passivos. Mas a obsessão em correr riscos extremos e aventuras radicais é uma eventual dependência com que tentamos preencher um vazio existencial e afectivo.
A «sociedade de risco zero» em que sonhávamos viver, e a forma e os meios como tentamos chegar até ela, construindo obsessivamente a segurança, acabou por nos fechar em nós próprios.
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