Dispondo de fortes meios instrumentais de captação, registo e retransmissão do real (televisão) a função sensorial aparentemente ganha poder, mas, de facto, perde vigor e vitalidade. A potência dos meios instrumentais é tal que acaba por produzir uma espécie de sonolência sensorial, de perda sensorial e de capacidade de vigilância sobre o real. O próprio real passa a ser permanentemente armazenado sem crivo sensorial, ficando à espera de melhores dias para ser visionado. Também o excesso de capacidade de armazenamento acaba por produzir perda sensorial.
Diário Económico
/ 20051007