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Luís Fernandes

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17 Citações

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Esta moda (de viajar) que tantos pensam ser sinal de sofisticação só revela almas inquietas, que não se suportam a si mesmas e mudam constantemente de sítio no desespero de fazerem férias de si próprias, que é afinal aquilo que sem saber procuram. Quando vamos a tantos lugares que os lugares se transformam em produtos de consumo passam a ser não-lugares e as pessoas que aí vemos não-pessoas. Um não-lugar cheio de não-pessoas é um sítio desumano, uma plataforma espacial que não interessa a ninguém a não ser ao consumidor de viagens.

Público / 20060104
Agostinho da Silva era um grande filósofo, mas enganou-se - o que não tem rigorosamente mal nenhum, posto que era filósofo. É que não caminhamos para as sociedades do pouco trabalho e do muito lazer (...) a carne para canhão em que assentam os pilares do crescimento económico é constituída pelo conjunto dos indivíduos que vão tendo trabalho mas nunca têm emprego, uma série de operários formiga que carregam o fardo sem descanso nem intervalo e que têm no migrante clandestino o seu espécime mais acabado.

Público / 20051102
A maior parte das coisas que dizemos (aos outros) na vida ordinária são deste teor: não perguntam nada, não respondem a nada. E nem por isso são coisa nenhuma - confirmam a regularidade das relações interpessoais, sem a qual o mundo social se desmoronava. São rituais interactivos que confirmam a ordem social e nos fazem saber que o outro é quem achamos que é, e que nós somos quem somos.

Público / 20050105
Dantes, os mais proeminentes políticos lutavam por uma sociedade sem classes, agora são eles próprios uma classe. Mas uma classe em erosão, uma classe cada vez com menos classe.

Público / 20050105
À subalternidade sucedeu-se a marginalidade - os novos pobres só são actores num único palco, o da exclusão social. A sua marca pode sintetizar-se no prefixo "sem": sem-abrigo, sem-papéis, sem-poder. O que a caracteriza é a sua centrifugação de toda a relação com o centro, colocando-os na situação de relegados e oferecendo-os como espectáculo da desafiliação, da deambulação pela cidade impessoal e imensa, da deriva de sítio em sítio sempre à margem dos lugares.

Público / 20040901
Quanto maior é a grande política mais longe fica

Público / 20040707
Somos um país cuja obsessão pelo fado vem do facto de sermos há tanto tempo um destino

Público / 20040505
Hierarquizamos o medo consoante a percepção que temos da sua proximidade

Público / 20040407
Agora que percebemos que a Terra pode definhar, matando-nos como a uma ninhada de ratos, do que nós temos medo é da morte

Público / 20040204
O mais difícil de alterar num povo não é a sua modernização tecnológica ou a instalação de novos hábitos de consumo, é conseguir mexer nos seus funcionamentos enraizados, nos seus tiques milenares, na sua mentalidade ancestral, que nos trabalha por dentro e nos faz ser sempre na mesma

Público / 20040107
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