A nossa civilização tem um grave problema, com este poder imenso e sem controlo da televisão. De facto, sendo considerada o mais potente dos instrumentos de influência social na educação e na cultura de massas, ela escapa-se ao respectivo estatuto e responsabilidades. (...) Apenas pela via política ou pela via económica não construiremos, e nem sequer sobreviverá, uma sociedade verdadeiramente justa e desenvolvida, material e espiritualmente. Tem que nela existir e se auto-sustentar determinantemente (embora em rede interactiva no seio do sistema geral) uma cultura de valores e virtudes. Que mantenha uma coesão sócio-cultural no respeito pela dignidade humana de cada pessoa, nunca redutível a simples consumidor num negócio televisivo milionário ou súbdito de um desígnio ideológico iluminista autoritário
Público
/ 20030915