Por vezes, descobrimos que temos uma capacidade enorme de fazer mal aos outros. Às vezes voluntariamente, às vezes involuntariamente. Isto é terrível. Acredito que o mal é algo natural. Se não nos esforçamos, o normal é a brutalidade.

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O bem e o mal têm dias. Umas vezes o que é bem num dia revela-se trágico ou nefasto tempos depois e o que vivemos num dado momento raiando o mal absoluto transforma-se, com o correr dos dias e as transformações implicadas, numa graça providencial.

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O mal supõe, geralmente, uma certa intimidade. Algum resguardo. Se tudo puder ser exposto, ou, pelo menos, existindo a possibilidade de tudo ser exposto, e havendo liberdade e democracia, e uma justiça minimamente eficaz, o mal terá, em princípio, terreno pouco fértil para se propagar.

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O mal não se encontra no cérebro. Basta um segundo no qual não existe cristianismo, kantismo ou socialismo que preserve alguém de se confrontar com essa matéria escura, como um pássaro funesto

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