O medo é uma emoção altamente manipulável pelo poder, como bem sabem todos os déspotas. Oprime, desencoraja, ilude e cega. É adversário da liberdade, da consciência, da confiança e da paz. Quem sente medo, está cercado de inimigos. Não vê beleza numa árvore, porque acha que ela lhe pode cair em cima da cabeça. Não se entrega a uma paixão, porque percebe o amor como sofrimento. Refugia-se na sua fortaleza individual e prepara-se para responder aos ataques. Porque o medo apela ao conflito. Chama-o. Deseja-o. Só assim pode obter a confirmação de que é real e necessário.
Jornal de Notícias
/ 20070325