A ciência não é pura, nem neutra. Sonha com a pureza e obedece a linhas de conduta, mas vive de escolhas e também serve interesses. Nem todos os dados são relevantes, nem todos os estudos são ditados pelo bem da colectividade. Quando os médicos nazis faziam "experiências" nos prisioneiros para determinar quanto tempo eles resistiam até morrer, anotavam em cadernos os dados recolhidos, mas esse processo não era uma "produção de saber". O "saber" é sempre um saber apropriado socialmente. Só é saber o que pode ser usado como saber.
Público
/ 20071023