Só quando nos libertarmos das leis do tempo e do espaço podemos saber de forma total que nada do que temos nos pode satisfazer por completo nem dar uma verdadeira segurança.

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Na escola da vida, parece não ser possível que outro ou outros façam o que cada um tem a fazer. Só cada um pode construir o seu próprio caminho. Enquanto não o fizer, ele fica por fazer. Mas quando se disponibiliza a fazê-lo por si, vai descobrindo, pela renovação interior, o enorme potencial necessário para concretizar o caminho.

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Numa época de grande intensidade de acontecimentos e de alguma confusão, onde por vezes se tornam claras a malvadez, a inveja, a calúnia ou o império dos sentidos, surgem com frequência a ansiedade, a agitação ou a depressão, quando os problemas parecem mais que as soluções. Enquanto, como crianças na escola da vida, os homens ainda se ocupam com futilidades e brincam de viver. Mas, no momento em que param para pensar um pouco, no momento em que de alguma forma se desligam da turbulência do mundo, os homens sempre têm disponível a sua própria serenidade interior. E quanto mais se desligam mais serenam. E quanto mais serenam mais lúcidos se tornam, relativizando as peripécias do mundo e positivando construtivamente o seu pensamento.

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Construímo-nos à imagem e semelhança de outras pessoas. Pode dizer-se que nos moldámos em espelho. E depois fomos descobrindo que o espelho estava vivo e se deformava ou estilhaçava à nossa revelia.

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Contra todas as evidências, não existem coisas boas nem coisas más. Tudo depende do uso que fazemos delas. As boas podem revelar-se traiçoeiras e aquelas que à partida parecem más podem converter-se em oportunidades de crescimento.

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Sabemos que estamos no lugar certo quando as nossas angústias se acalmam e somos invadidos por um sentimento de evidência e de coerência naquilo que fazemos.

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Temos dentro de nós tudo de que precisamos. As respostas para aquilo que passamos a vida a perguntar aos outros, à vida e a nós próprios. Basta descobri-lo e aproveitá-lo ao máximo. Formular objectivos é dar ordens ao nosso cérebro. E cada um de nós é dono da sua mente.

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A confiança nas nossas capacidades não é inata, constrói-se. Redescobrir sentimentos e emoções, numa viagem interior às nossas motivações mais profundas, talvez seja o caminho para as nossas opções de vida.

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Nem sempre estamos interiormente disponíveis para empreender esta descoberta mais profunda -e, por isso, solitária - da pessoa que somos. Padrões mentais demaisado rígidos e excesso de informação levam-nos, muitas vezes, a rejeitar o inexplicável. A única verdadeira segurança vem do nosso coração e não da nossa cabeça informada. Tal como a alma precisa do corpo para se exprimir, também o coração precisa da cabeça para o fazer, mas não mais do que para isso. Se, por medo de nos sentirmos perdidos, permitirmos que ela o abafe, não existe em nós essa disponibilidade interior.

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Quando estamos bem connosco próprios e felizes, contagiamos os outros, da mesma forma que, quando estamos mal, arrastamos quem nos rodeia para o mesmo abismo.

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