Cada autor tem os seus objetos literários e os meus sempre foram aqueles que estão à minha volta e os da memória. Ter voltado para o local onde estão as grandes referências e reencontrar-me com elas, e ao mesmo tempo sentir o despertar de emoções que estavam adormecidas, permite-me um diagnóstico diferencial quando em confronto com os factos sobre o que entretanto se tinha bestializado.
Não padeço da comoçãozinha do dia que domina o discurso da comunicação social e das redes sociais, que coloca toda a gente indignada da mesma maneira. Nem sinto necessidade de fazer parte de um único olhar do mundo. Sinto-me mais livre.
Há muita gente a escrever igual no universo da lusofonia porque as pessoas frequentam os mesmos lugares e submetem-se a códigos de linguagem e de pensamento iguais - são pastiches umas das outras. Viver longe dá-me um olhar mais assertivo sobre o mundo.