José Saramago

Portugal
16 Nov 1922 // 18 Jun 2010
Escritor [Nobel 1998]

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201 Citações

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Não preciso de conselhos. E não mos dêem porque me irritam. Irritam porque quem está dentro do trabalho sou eu. Posso estar equivocado, mas é um equívoco que resulta naturalmente do próprio trabalho.

Tabu/Sol (2008)
Já não adianta nada dizer que matar em nome de Deus é fazer de Deus um assassino. Para os que matam em nome de Deus, Deus é o Pai poderoso que juntou antes a lenha para o auto-de-fé e agora prepara e coloca a bomba.

Visão (2005)
Isso a que chamamos a «construção duma Europa unida» não passa de uma falácia de mau gosto. A relação de poder entre os diversos Estados europeus continua a ser a que foi sempre: países que mandam, países que obedecem.

Cadernos de Lanzarote (1996)
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Claro que sei algumas coisas, mas o importante não é isso. O que conta realmente não é o que sei, mas o que intuo.

Cadernos de Lanzarote (1995)
A história da humanidade é um processo contínuo de transformação de valores. É verdade que o tempo que vivemos se caracteriza pelo desaparecimento de valores tradicionais, sem que apareçam, de uma forma clara, valores novos capazes de informar eticamente as sociedades.

Cadernos de Lanzarote (1995)
Havendo Deus, há só um Deus. Dele, desse Deus único, é que teriam provindo as revelações que levaram ao judaísmo, ao cristianismo e ao islamismo. Ora, como essas revelações, quer no espírito quer na forma, não são iguais entre si (e deveriam sê-lo, uma vez que nasceram da mesma fonte), infere-se que Deus é histórico, que Deus é simples História. Por outras palavras: quando a História precisa de um Deus, fabrica-o.

Cadernos de Lanzarote (1994)
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Sentir como uma perda irreparável o acabar de cada dia. Provavelmente, é isto a velhice.

Cadernos de Lanzarote (1994)
Deus: um todo arrancado ao nada por quem é pouco mais que nada.

Cadernos de Lanzarote (1994)
Não é pequenina contradição ser dotado de tão pouco sentimento familiar e ter tanta necessidade de uma família. E isto sei eu que não tem remédio. Dir-se-à que tenho a Pilar, mas Pilar não é família, é Pilar. Só por ela não me sinto num deserto.

Cadernos de Lanzarote (1993)
O romance já não tem que continuar a contar histórias, as histórias do nosso tempo as contam o cinema e a televisão. Sendo assim, ao romance e ao romancista não resta mais que regressar às três ou quatro grandes questões humanas, talvez só duas, vida e morte, tentar saber, já nem sequer «donde vimos e para onde vamos», mas simplesmente «quem somos».

Cadernos de Lanzarote (1993)
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