A Paixão Segundo G. H.
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A vida é uma grande sedução onde tudo o que existe se seduz.
Quem se atinge pela despersonalização reconhecerá o outro sob qualquer disfarce: o primeiro passo em relação ao outro é achar em si mesmo o homem de todos os homens.
Não estou à altura de ficar no paraÃso porque o paraÃso não tem gosto humano.
Sofremos por ter tão pouca fome, embora a nossa pequena fome já dê para sentirmos uma profunda falta do prazer que terÃamos se fôssemos de fome maior.
O perigo de meditar é o de sem querer começar a pensar, e pensar já não é meditar, pensar guia para um objectivo.
O mistério do destino humano é que somos fatais, mas temos a liberdade de cumprir ou não o nosso fatal: de nós depende realizarmos o nosso destino fatal.
Quando uma pessoa é o próprio núcleo, ela não tem mais divergências. Então ela é a solenidade de si própria, e não tem mais medo de consumir-se ao ritual consumidor.
Todo o caso de loucura é porque alguma coisa voltou. Os possessos, eles não são possuÃdos pelo que vem, mas pelo que volta.
Manifestar o inexpressivo é criar.
O sofrimento não é medida de vida: o sofrimento é subproduto fatal e, por mais agudo, é negligenciável.
