Conta-Corrente IV

por: Vergílio Ferreira
Portugal
28 Jan 1916 // 1 Mar 1996
Escritor

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48 Citações

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O que numa obra lê a sua época, nem sempre é o que lêem as épocas que se seguem. Daí que uma obra célebre á nascença não se saiba o que virá a ser depois.
No que se conquista há que descontar o que se sofre para conquistar. E o saldo é normalmente negativo.
A maior tragédia para o homem é saber que tem de morrer. Mas a sua maior grandeza é justamente ter consciência. Assim a sua maior grandeza é a sua maior tragédia.
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Que importa o que erraste? Não haveria verdade nos outros sem o teu erro próprio. E assim colaboraste na harmonia da vida. Se no mundo houvesse só uma cor, não haveria sequer essa cor.
Porquê? Para quê? Economiza os teus «porquê» e «para quê». Ou utiliza-os só até onde houver resposta. Porque a última resposta a eles é o impossível e o vazio. Ou então terás de mudar de universo. E estás cá tão bem...
Mau sinal quando nos dizem que estamos «na mesma». Significa isso que devíamos estar «na outra».
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A verosimilhança de uma obra de arte (de um romance, por exemplo, que é o que mais me importa) é a coerência interna dos seus elementos.
Não há uma verdade «em si». Há é uma verdade «em nós». Tudo o mais já não interessa à conversa.
Quanta explicação para a história do homem. Mas é tão simples, afinal. A história do homem é a história da importância de nós. O resto são maneiras ou expedientes ou condicionamentos de isso se efectivar.

Paz

O homem não gosta da paz. Gosta só de conquistá-la. Entre uma coisa e outra há muita gente estendida. É a que tem a paz verdadeira.
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