Fernando Pessoa

Portugal
13 Jun 1888 // 30 Nov 1935
Poeta

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286 Citações

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Ninguém conhece outro, e ainda bem que o não conhece, e, se o conhecesse, conheceria nele, ainda que mãe, mulher ou filho, o íntimo, metafísico inimigo.
Colaborar, ligar-se, agir com outros, é um impulso metafisicamente mórbido.
Vivemos todos, neste mundo, a bordo de um navio saído de um porto que desconhecemos para um porto que ignoramos; devemos ter, uns para os outros, uma amabilidade de viagem.
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Cada um de nós tende para si próprio com escala pelos outros.
Os outros não são para nós mais que paisagem, e, quase sempre, paisagem invisível de rua desconhecida.
O que desloca a vulgar saudação - "como está?" - de ser uma indesculpável grosseria é o ser ela em geral absolutamente oca e insincera.
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As palavras dos outros são erros do nosso ouvir, naufrágios do nosso entender.
A mais vil de todas as necessidades - a da confidência, a da confissão.
A bondade é um capricho temperamental: não temos o direito de fazer os outros vítimas de nossos caprichos, ainda que de humanidade ou de ternura.
O amor quer a posse, mas não sabe o que é a posse. Se eu não sou meu, como serei teu, ou tu minha?
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