Clarice Lispector

Brasil
10 Dez 1920 // 9 Dez 1977
Escritora

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62 Citações

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Refugio-me na loucura porque não me resta o chamado meio-termo do estado de coisas comum. Quero ver coisas novas – e isso eu só conseguirei se não tiver mais medo da loucura.
Viver me deixa tão nervosa, tão à beira de. Tomo calmantes só pelo facto de estar viva: o calmante me mata parcialmente e embota um pouco o aço demasiado agudo da minha lâmina de vida. Eu deixo de fremir um pouco. E passo a um estágio mais contemplativo.
O quotidiano mata muitas vezes a transcendência. A realidade é fragmentária. Só é una a realidade o ultra-som e ultraluz do infinito.
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Quem fica atento ao ritual da fé pode perder o objecto da fé.
Não sou relativo sou infinito por isso em cada ser me reflito em cada ser me encontro.
Minha maldade vem do mau acomodamento da alma no corpo. Ela é apertada, falta-lhe espaço interior.
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Pergunto a Deus: por que os outros? e Ele me responde: por que você? às nossas perguntas Deus responde com pergunta maior e assim nos alargamos em espasmos para uma criança em nós nascer.
Não servir de nada é a liberdade. Ter um sentido seria nos amesquinhar, nós somos gratuitamente apenas pelo prazer de ser.
O autor que tenha medo da popularidade, senão será derrotado pelo triunfo. Tem uma hora em que se deve tirar retrato de si mesmo. A fome é sempre igual à primeira fome. A carência se renova inteira e vazia.
Eu sempre quis atingir um estado de paz e de não-luta. Eu pensava que era o estado ideal. Mas acontece que – que sou eu sem a minha luta? Não, não sei ter paz.
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