António Nobre

Portugal
16 Ago 1867 // 18 Mar 1900
Poeta

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Desobriga

Os meus peccados, Anjo! os meus peccados!
Contar-t'os? Para que, se não têm fim...
Sou santo ao pé dos outros desgraçados,
Mas tu és mais que santa ao pé de mim!

A ti accendo cyrios perfumados,
Faço novenas, queimo-te alecrim,
Quando soffro, me vejo com cuidados...
Nas tuas rezas, lembra-te de mim!

Que eu seja puro d'alma e pensamento!
E que, em dia do grande julgamento,
Minhas culpas não sejam de maior:

Pois tenho, que o céu tudo aponta e marca,
Um processo a correr n'essa comarca,
Cujo delegado é Nosso Senhor...

António Nobre, in 'Só'
// Consultar versos e eventuais rimas




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