Francisco Joaquim Bingre

Portugal
1763 // 1856
Poeta

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40 Poemas

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O Tempo Gastador de Mil Idades (31)

O Tempo gastador de mil idades,/ Que na décima esfera vive e mora,/ Não descansa co'a Fúria tragadora,/ De exercitar, feroz, suas crueldades./ / Ele destrói as ínclitas cidades,/ As egípcias pi...

Nenhum Mortal no Mundo Satisfeito (32)

Nenhum mortal no mundo satisfeito/ Com sua Sorte está, nunca é contente,/ Pois de mil desatinos enche a mente/ Sem que possa gozar um bem perfeito./ / O soldado deseja o canto estreito/ Da cela do ...

O Sábio não Vai em Grossos Rios (33)

Quão bem aventurado e quão ditoso/ O sábio é, que parco passa a vida/ Medindo, alegre, a entrada co'a saída/ Do Mundo vão, sem medo do invejoso!/ / Quem c'o pouco que tem vive gostoso,/ Cos des...
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Princípio de Amores com Marília (34)

Um rácimo ferral engrinaldado/ Com rosas carmesins no seu regaço,/ Tinha Marília um dia, e o pé, c'um laço,/ De fita verde mar lhe tinha atado./ / Eu, de seus magos olhos já tocado,/ Junto dela...

Quem não Ama, Desmente a Natureza (35)

Se a flor namora a flor que lhe é vizinha,/ Se uma palma com outra enlaça os ramos,/ Se nos prados, com cândidos reclamos,/ Namora uma avezinha outra avezinha./ / Se o mundo o seu Autor quando o s...

Às Cambalhotas Sempre Anda a Través (36)

Às cambalhotas sempre anda a través/ O Mundo, sem poder-se endireitar./ Velho, bêbado e tonto, a cambalear,/ Já não pode suster-se sobre os pés./ / Tudo nele se vê hoje de invés/ Pois seu eix...
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Estio (37)

Saí da Primavera, entrei no Estio/ Das fogosas funções da mocidade./ Nesta estação louçã da minha idade,/ Entreguei-me às paixões, com desvario./ / Qual cavalo rinchão, solto com cio,/ Salt...

Primavera (38)

Passei a Primavera de meus anos/ Com maternais desvelos amorosos./ Com meiguices, afagos carinhosos,/ Com mimos de solícitos afanos./ / Desenfaixado dos primeiros panos,/ Pus-me em pé, dei passinho...

Morte (39)

Num imenso salão, alto e rotundo,/ De caveiras iguais, ossos sem dono,/ Perpétua habitação de eterno sono/ Que tem por tecto o Céu, por base o mundo:/ / Bem no meio, em silêncio o mais profundo...

Feliz Habitação da Minha Amada (40)

Feliz habitação da minha Amada,/ Ninho de Amor, albergue da Ternura,/ Onde, outro tempo, a próspera Ventura/ Dormia nos meus braços, descuidada./ / Então, minha Alma terna, embriagada,/ Gostava ...
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