De um e outro lado do que sou,/ da luz e da obscuridade,/ do ouro e do pó,/ ouço pedirem-me que escolha;/ e deixe para trás a inquietação,/ a dor,/ um peso de não sei que ansiedade./ / Mas levo comig...
Fui envenenado pela dor obscura do Futuro./ Eu sabia já que algo se preparava contra o meu corpo./ Agora torço-me de agonia/ nos versos deste poema./ Esta é a terra outrora fértil que os meus dedos d...
Por exemplo, as coisas que faltam neste lugar:/ uma enxada para que as mãos não toquem na terra,/ um ninho de pardais no canto da relha,/ para que um ruído de asas se possa abrigar,/ um pedaço de ver...
Não sei onde estás, se falas/ ou se apenas olhas o horizonte,/ que pode ser apenas o de uma/ parede de quarto. Mas sei que/ uma sombra se demora contigo,/ quando me pergunto onde estás:/ uma inquieta...
E agora que as mãos da incrédula/ rapariga te empurram para a saída,/ onde irá chover, de acordo com/ a cor do céu, não resistas. Na rua,/ onde os ventos se cruzam na esquina,/ os que sopram, do nort...
Eu, sabendo que te amo,/ e como as coisas do amor são difíceis,/ preparo em silêncio a mesa/ do jogo, estendo as peças/ sobre o tabuleiro, disponho os lugares/ necessários para que tudo/ comece: as c...
Conheci tipos que viveram muito. Estão/ mortos, quase todos: de suicídio, de cansaço./ de álcool, da obrigação de viver/ que os consumia. Que ficou das suas vidas? Que/ mulheres os lembram com a nost...
De manhã, apanho as ervas do quintal. A terra,/ ainda fresca, sai com as raízes; e mistura-se com/ a névoa da madrugada. O mundo, então,/ fica ao contrário: o céu, que não vejo, está/ por baixo da te...
À noite, há um ponto do corredor/ em que um brilho ocasional faz lembrar/ um pirilampo. Inclino-me para o apanhar/ - e a sombra apaga-o. Então,/ levanto-me: já sem a preocupação/ de saber o que é ess...
1/ / Não tenta nada de que se tivesse já esquecido;/ o seu objectivo, agora, é organizar o presente./ / 2/ / Com as mãos, procura avaliar a qualidade da terra:/ se as folhas lhe dão a consistência do...
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