No meu prato que mistura de Natureza!
As minhas irmãs as plantas,
As companheiras das fontes, as santas
A quem ninguém reza...
E cortam-as e vêm à nossa mesa
E nos hotéis os hóspedes ruidosos,
Que chegam com correias tendo mantas
Pedem "Salada", descuidosos...,
Sem pensar que exigem à Terra-Mãe
A sua frescura e os seus filhos primeiros,
As primeiras verdes palavras que ela tem,
As primeiras cousas vivas e irisantes
Que Noé viu
Quando as águas desceram e o cimo dos montes
Verde e alagado surgiu
E no ar por onde a pomba apareceu
O arco-íris se esbateu...

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XVII"
Heterónimo de Fernando Pessoa
// Consultar versos e eventuais rimas

1. Não Tenho Pressa
2. Quando Vier a Primavera
3. Agora que Sinto Amor
4. A Espantosa Realidade das Cousas
5. Eu não Quero o Presente, Quero a Realidade
6. Há Metafísica Bastante em não Pensar em Nada
7. Eu Sou do Tamanho do que Vejo
8. Hoje de Manhã Saí Muito Cedo
9. Não me Importo com as Rimas
10. Sentes, Pensas e Sabes que Pensas e Sentes
11. A Mentira Está em Ti
12. A Tua Beleza para Mim Está em Existires
13. Ã‰ Preciso Também não Ter Filosofia Nenhuma
14. Um Dia de Chuva
15. Para Além da Curva da Estrada
16. Se Eu Pudesse Trincar a Terra Toda
17. Quando Está Frio no Tempo do Frio
18. Quando Eu não te Tinha
19. Pelo Tejo Vai-se para o Mundo
20. Dizem que em cada Coisa uma Coisa Oculta Mora
... Ver todos os 116 poemas