Sonho
Sonhei - nem sempre o sonho é coisa vã -
Que um vento me levava arrebatado,
Através desse espaço constelado
Onde uma aurora eterna ri louçã...
As estrelas, que guardam a manhã,
Ao verem-me passar triste e calado,
Olhavam-me e diziam com cuidado:
Onde está, pobre amigo, a nossa irmã?
Mas eu baixava os olhos, receoso
Que traÃssem as grandes mágoas minhas,
E passava furtivo e silencioso,
Nem ousava contar-lhes, Ã s estrelas,
Contar às tuas puras irmãzinhas
Quanto és falsa, meu bem, e indigna delas!
Antero de Quental, in "Sonetos"
// Consultar versos e eventuais rimas
Que um vento me levava arrebatado,
Através desse espaço constelado
Onde uma aurora eterna ri louçã...
As estrelas, que guardam a manhã,
Ao verem-me passar triste e calado,
Olhavam-me e diziam com cuidado:
Onde está, pobre amigo, a nossa irmã?
Mas eu baixava os olhos, receoso
Que traÃssem as grandes mágoas minhas,
E passava furtivo e silencioso,
Nem ousava contar-lhes, Ã s estrelas,
Contar às tuas puras irmãzinhas
Quanto és falsa, meu bem, e indigna delas!
Antero de Quental, in "Sonetos"
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Outros Poemas de Antero de Quental:
1. Só! — Ao Ermita Sósinho na Montanha
2. Na Mão de Deus
3. Evolução
4. Nirvana
5. Com os Mortos
6. O Palácio da Ventura
7. À Virgem SantÃssima
8. Ideal
9. Voz Interior
10. Oceano Nox
11. Divina Comédia
12. Mea Culpa
13. Logos
14. No Circo
15. Solemnia Verba
16. Contemplação
17. Mãe...
18. A um Poeta
19. Amor Vivo
20. Visão
... Ver todos os 91 poemas
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