Luís Vaz de Camões

Portugal
1524 // 10 Jun 1580
Poeta

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Tão Conformes na Ventura

Quantas vezes do fuso se esquecia
Daliana, banhando o lindo seio,
Outras tantas de um áspero receio
Salteado Laurénio a cor perdia.

Ela, que a Sílvio mais que a si queria,
Para podê-lo ver não tinha meio.
Ora como curara o mal alheio
Quem o seu mal tão mal curar podia?

Ele, que viu tão clara esta verdade,
Com soluços dizia (que a espessura
Inclinavam, de mágoa, a piedade):

Como pode a desordem da natura
Fazer tão diferentes na vontade
Aos que fez tão conformes na ventura?

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"
// Consultar versos e eventuais rimas




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