O EspÃrito é a Arma da Diplomacia
Ser espirituoso é metade de ser diplomata. (...) O espÃrito move tudo e não responde por coisa alguma: ele é a eloquência da alegria, e o entrincheiramento das situações difÃceis: salva uma crise fazendo sorrir: condensa em duas palavras a crÃtica de uma instituição: disfarça à s vezes a fraqueza de uma opinião, acentua outras vezes a força de uma ideia: é a mais fina salvaguarda dos que não querem definir-se francamente: tira a intransigência à s convicções, fazendo-lhes cócegas: substitui a razão quando não substitui a ciência, dá uma posição no mundo, e, adoptado como um sistema, derruba um império. E, sobretudo pelo indefinido que dá à conversação, ele é a arma verdadeira da diplomacia.
Eça de Queirós, in 'Uma Campanha Alegre'