Antero de Quental

Portugal
18 Abr 1842 // 11 Set 1891
Poeta/Filósofo/Político

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Despondency

Deixá-la ir, a ave, a quem roubaram
Ninho e filhos e tudo, sem piedade...
Que a leve o ar sem fim da soledade
Onde as asas partidas a levaram...

Deixá-la ir, a vela, que arrojaram
Os tufões pelo mar, na escuridade,
Quando a noite surgiu da imensidade,
Quando os ventos do Sul levantaram...

Deixá-la ir, a alma lastimosa,
Que perdeu fé e paz e confiança,
À morte queda, à morte silenciosa...

Deixá-la ir, a nota desprendida
D'um canto extremo... e a última esperança...
E a vida... e o amor... Deixá-la ir, a vida!

Antero de Quental, in "Sonetos"
// Consultar versos e eventuais rimas




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