Isabel Leal
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O que nos salva quotidianamente costuma ser leve e insensato. O que nos salva do tédio costuma ser o riso; o que nos tira da dor costuma ser o amor; o que nos ajuda a significar gestos impossÃveis, decisões absurdas, escolhas difÃceis, costuma ser uma ou outra circunstância fortuita que, que, porque aconteceu e se nos ofereceu, irrecusável, compôs o ramalhete de sentidos necessários.
NotÃcias Magazine (DN) / 20050731
Temos uma curiosa tradição em que o valor do sacrifÃcio acrescenta qualquer coisa de grandiosidade à mais banal ocorrência.
NotÃcias Magazine (DN) / 20050710
Compreendemos apenas o que podemos e o que somos capazes.
NotÃcias Magazine (DN) / 20050703
Por um qualquer mecanismo de recurso, escondido num canto ermo de nós, esperamos que um dia, que acenamos ser já ali, chegaremos a uma qualquer zona de tranquilidade e paz em que tudo ficará bem para sempre.
NotÃcias Magazine (DN) / 20050529
Quase todos nós oscilamos entre zonas de força e de fragilidade, entre bocados de certezas e partes de dúvidas, entre impulsos de controlo e desejo de que tomem conta de nós, entre omnipotências grandiosas e inseguranças básicas.
NotÃcias Magazine (DN) / 20050508
O absurdo dos sentimentos que alimentam as vinganças é a imensa desproporção entre a energia e os recursos que consomem e a eficácia que têm.
NotÃcias Magazine (DN) / 20050501
Se deixamos de invocar o pudor como virtude e a contenção que lhe está associada como qualidade, elegemos o equilÃbrio e a elegância de ser e estar como valores supremos. O que pode ser exactamente a mesma coisa.
NotÃcias Magazine (DN) / 20050417
A bondade, como atribuição maior de uma personalidade, parece andar pelos lados de uma dose de brandura que se confunde com moleza de carácter, que o nosso mundo, cinicamente, elogia tanto como despreza.
NotÃcias Magazine (DN) / 20050410
Da glória, luminosa e reverencial que atribuÃmos a muito poucos parece que só sabemos da nossa necessidade de ter mitos fundadores, corporizá-los e depois mantê-los vivos e eternos. Como nós não somos.
NotÃcias Magazine (DN) / 20050403
Se não há forma de escapar a um nÃvel de pertença que, em última análise, nos define como pessoas e nos torna gente de corpo inteiro, alguns patamares de conformismo revelam submissões e resignações acrÃticas e temerosas, défices de auto-estima ou medos atávicos de não ser gostado ou ficar de fora, inseguranças terrÃveis sobre as próprias capacidades em caso de exclusão e mais um sem-número de infelicidades Ãntimas, contrárias a todos os valores que dizemos perfilhar.
NotÃcias Magazine (DN) / 20050327
