No Ocidente dos nossos dias, a palavra civilização surge demasiadas vezes, e de modo irónico, aconchegada entre aspas. Comum parece ser a ideia de que a civilização Ocidental é a máscara perfeita para um conjunto de interesses, inconfessáveis, que desejam em permanência o domÃnio do Mundo. Assim, o progresso será a “marcha da Históriaâ€. O conhecimento será o “estado natural da Humanidadeâ€. A riqueza será o “destino do Homemâ€. A tranquilidade será um “Direito Universalâ€. Para esta ingénua filosofia, nada teremos de preservar – a civilização resume-se a uma dádiva da Natureza.
Mas como escrevia Edmund Burke, para que a barbárie se afirme basta que o homem civilizado se acomode à inacção.
Diário Económico
/ 20060210