Dizia Jorge Luís Borges que era muito estranha uma época em que os próprios fabricantes eram os mesmos que anunciavam a qualidade dos seus produtos. E tinha razão. Pois como sabemos a publicidade é toda ela enganosa. Nos termos e na substância. E nada razoável, nem para os consumidores, nem sequer para os que a promovem. Hoje as grandes empresas são igualmente reféns do mecanismo. Num tempo de marcas, quem não anuncia não existe. E é ver como as campanhas se sucedem umas atrás de outras, com o único objectivo de manter o logo presente e se possível omnipresente. Inventam-se novidades, sem qualquer conteúdo realmente novo, só para manter o processo.
Jornal de Negócios
/ 20051228