Só reconhecendo e aceitando o que ainda nos falta ser é que podemos criar em nós espaço para que nos vá sendo revelado o caminho em direcção à nossa essência.

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Quase todos nós oscilamos entre zonas de força e de fragilidade, entre bocados de certezas e partes de dúvidas, entre impulsos de controlo e desejo de que tomem conta de nós, entre omnipotências grandiosas e inseguranças básicas.

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Provavelmente, a inquietação que nos move, nos obriga a procurar o movimento, os acontecimentos, as emoções que dão sentido ao que somos, inscreve-se nisto a que chamamos condição humana.

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Continuamos a depositar no que se passa fora de nós expectativas enormes e a depreciar o que, bem instruídos e dentro de nós, podemos fazer com o que nos incomoda. Esta externalização excessiva, este quase vício de culpar alguém, penhora o futuro, obedece a uma trama, criteriosa e deliberada, de nos sentirmos sempre pequenos e desamparados, dependentes dos outros.

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Se a maioria de nós desconfia de códigos empoeirados, exegéticos, complexos até ao absurdo, que os homens administram burocraticamente, também é verdade que persiste em nós a ideia peregrina, provavelmente ingénua, de que há uma justiça final, mais terrena ou mais divina, mais atempada ou mais de longo prazo, que seja capaz de repor, de compensar, as perdas e danos que a vida, as circunstâncias,as as pessoas, ou o que for, nos vão provocando.

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O esforço pode representar um prazer. A relação do dentro com o fora, o estar bem, o tirar prazer de, não é uma coisa que aconteça sozinha. É uma coisa que se procura e encontra, ou não. Esta incomodidade é uma incomodidade de todos os dias, uma batalha.

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Objectividade é algo que não existe, somos todos subjectivos

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Só perdendo-nos um pouco poderemos encontrar-nos muito

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Apesar de limitados, todos somos habitados pelo ilimitado

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A nossa verdadeira essência é de natureza espiritual. Se estivermos conscientes disso, no fundo de nós mesmos sabemos que estamos unidos a tudo aquilo que permanece

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