Florbela Espanca
Portugal
8 Dez 1894 // 8 Dez 1930
Poetisa
8 Dez 1894 // 8 Dez 1930
Poetisa
230 Citações
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Está escrito que hei-de ser sempre a mesma eterna isolada... Porquê?
Citado por Agustina Bessa-LuÃs
Ninguém é competente, ninguém vale um pataco e, dum dia para o outro, de descalços aparecem calçados, de rotos aparecem vestidos sem ninguém saber como.
Correspondência
Até hoje, não há ninguém que de mim se tenha aproximado que me não tenha feito mal.
Correspondência (1930)
O destrambelhamento dos nervos não me deixa viver em paz, como sabe viver a outra gente.
Correspondência (1930)
Deixe-me dizer-lhe pela última vez que eu não tenho recordações. Ninguém guarda lembranças do que profundamente despreza.
Correspondência
As sensações fortes entontecem-me e fazem-me sofrer. A nossa vida neste velho Portugal, vida toda de resignação e sentimentalidade, vida estreita e mesquinha, sem horizontes nem ondas largas, convém mais a uma velhota de 27 anos que vive pela imaginação mais do que tu podes imaginar; na minha cadeira da Ilha, com um livro que me encanta sobre o regaço eu viajo, às vezes, mais do que os maiores vagabundos, pelo mundo fora.
Correspondência (1922)
Tenho horror a tudo quanto de perto ou de longe se assemelha à popularidade. Abomino mesmo o meu pobre nome por não ser um nome como o de toda a gente; desta maneira, dentro do movimento literário português, sou no meu tempo, e guardadas as devidas distâncias, um Gustave Flaubert rabugento, desdenhoso das turbas e fechada em mim como num sacrário.
Correspondência (1928)
Ter dentro da alma a luz de todo o mundo
E não ver nada neste mar sem fundo,
Poetas meus Irmãos, que triste sorte!...
E não ver nada neste mar sem fundo,
Poetas meus Irmãos, que triste sorte!...
Trocando Olhares
As almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
Trocando Olhares
São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!
Livro de Mágoas
