Florbela Espanca
Portugal
8 Dez 1894 // 8 Dez 1930
Poetisa
8 Dez 1894 // 8 Dez 1930
Poetisa
230 Citaes
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Todas essas belas qualidades que vaidosamente me atribuo, essas coisas lindas que descrevo, são apenas poesia, nada mais que poesia. A realidade é infinitamente menos poética. Sou frágil como um junco, magra e pálida, sem nenhuma beleza, sem nenhum encanto, e a minha célebre cabeleira de ébano - coitada da pobre! - já vai tendo mais cabelos brancos do que negros. Poesia tudo, poesia apenas.
Correspondência (1930)
As almas das poetisas são todas feitas de luz, como as dos astros: não ofuscam, iluminam...
Contos - À Margem dum Soneto (O Dominó Preto)
Tanto poeta em versos me cantou! Fiei o linho à porta dos casais... Fui descobrir a Índia e nunca mais voltei! Fui essa nau que não voltou...
Citado por Agustina Bessa-Luís
Sonho que um verso meu tem claridade para encher o mundo! E que deleita mesmo aqueles que morrem de saudade! Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Citado por Agustina Bessa-Luís
Ah, meu Amor! Mas quanta, quanta gente dirá, fechando o livro docemente: - Versos só nossos, só de nós os dois!...
Citado por Agustina Bessa-Luís
A dor dos pobres é resignada e calma; traz às vezes consigo as aparências da revolta, mas, no fundo, é cheia dum imenso, dum infinito desapego por tudo. Os pobres vêm ao mundo já sem nada; o pouco que a vida lhes deixa é emprestado. Que lhes hão-de tirar que seja deles?! Aos pobres toda a gente chama desgraçados.
Contos - A Paixão de Manuel Garcia (As Máscaras do Destino)
Como eu sei pedir quando quero muito alguma coisa... Ninguém sabe dizer-me que não.
Correspondência (1920)
As palavras são o muro de pedra e cal a fechar o horizonte infinito das grandes ideias claras.
Contos - O Inventor (As Máscaras do Destino)
A paciência é uma bela virtude muito da minha simpatia, se bem que pouco das minhas relações... Às vezes em 15 dias perde-se para sempre a felicidade ou pelo menos a ocasião dela.
Correspondência (1920)
