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Sophia de Mello Breyner Andresen

Portugal
6 Nov 1919 // 2 Jul 2004
Poeta

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34 Citações

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Não gosto de dar entrevistas porque a minha memória é um filme e não é um ficheiro.

Entrevista a Vida Mundial
Penso que a Cultura da nossa época tende muito a ser uma espécie de reserva cultural. Faz-se um Centro Cultural, chama-se um bom arquitecto, põe-se lá quadros bonitos e coisas bonitas... Depois, à roda, é a construção do pato bravo: é uma caricatura cultural. A Cultura é uma coisa que, ou está na mentalidade e na vida, ou não está em parte nenhuma. Não é um objecto de museu, é qualquer coisa de estrutural na vida humana.

Entrevista a Vida Mundial
O público, muitas vezes, só conhece os livros que são editados pelos grandes editores, que podem fazer muitos anúncios e, sobretudo, anúncios de televisão que são terrivelmente caros. E isso falseia. Deixa de ser a Literatura dos escritores, passa a ser a Literatura dos editores. Deixa de ser um diálogo entre o escritor e o público e passa a ser um diálogo entre o público e a propaganda.

Entrevista a Vida Mundial
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Na Grécia, como em toda a parte, o turismo está a estragar muito as coisas. Porque há um turismo comercial, que não é o turismo das pessoas, mas sim o turismo do negócio turístico. Não é propriamente a viagem mas só o negócio. As pessoas vão arrastadas pela propaganda. A propaganda tem, na nossa época, um papel aterrador. É uma forma de ditadura na vida das pessoas.

Entrevista a Vida Mundial
O ócio é o atelier em que se escreve. Escrever sem silêncio, sem tempo, sem disponibilidade... não é possível.

Entrevista a Vida Mundial
Para escrever é preciso ser impessoal. A arte é uma mimesis que só se dá quando o artista põe o eu entre parêntesis. É um bocado, de facto, uma teoria da despersonalização. Além disso não gosto de falar de mim própria, coisa que não leva a nada, porque a pessoa que escreve procura, de facto, intuitivamente, tornar-se uma página em branco, criar em si própria um certo vazio.

Entrevista ao JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias, 25 de Junho a 1 de Julho de 1991
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Penso que o futuro vai depender do desenvolvimento cultural das populações. E em Portugal pensa-se muito pouco nisso. Há formas de cultura que estão a desaparecer ou já desapareceram. Culturas da ruralidade, tradicionais, que desapareceram – e no seu lugar ficou zero, uma simples informação baralhada e mínima. Isto é grave.

Entrevista ao JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias, 25 de Junho a 1 de Julho de 1991
Recordo-me de descobrir que num poema era preciso que cada palavra fosse necessária, as palavras não podiam ser decorativas, não podiam servir só para ganhar tempo até ao fim do decassílabo, as palavras tinham que estar ali porque eram absolutamente indispensáveis. Isso foi uma descoberta.

Entrevista ao JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias, 25 de Junho a 1 de Julho de 1991
(A poesia) é uma luta contra a treva e a imperfeição. É a tentativa de ordenar o caos, de nos salvarmos do caos, embora dele sempre alguma coisa fique, uma certa rouquidão que é a sua voz. E que também é uma energia que nos liga ao cosmos, que estabelece uma dialéctica com ele.

Entrevista ao JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias, 25 de Junho a 1 de Julho de 1991
Penso que nós procuramos sobretudo o que nos dá felicidade, não acha? Procuramos o que nos cria uma certa libertação íntima que é necessária à liberdade. Procuramos ser um com o universo.

Entrevista ao JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias, 25 de Junho a 1 de Julho de 1991
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