Parecia saber quando protegê-lo e quando educá-lo, e em momentos de fraqueza chegava a ponderar se, havendo podido ser dono de um cão antes de ser pai de uma criança, não teria afinal conseguido corresponder a pelo menos uma parte daquilo que se espera de um homem.
Sua existência foi tão completa e tão ligada à verdade que provavelmente na hora de entregar-se e findar, teria pensado, se tivesse o hábito de pensar: eu nunca fui.
Mais uma vez ou duas na vida - talvez num fim de tarde, num instante de amor, no momento de morrer - teria sublime inconsciência criadora, a intuição aguda e cega de que era realmente imortal para todo o sempre.