Sophia de Mello Breyner Andresen

Portugal
6 Nov 1919 // 2 Jul 2004
Poeta

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15 Citações

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Penso que nós procuramos sobretudo o que nos dá felicidade, não acha? Procuramos o que nos cria uma certa libertação íntima que é necessária à liberdade. Procuramos ser um com o universo.
(A poesia) é uma luta contra a treva e a imperfeição. É a tentativa de ordenar o caos, de nos salvarmos do caos, embora dele sempre alguma coisa fique, uma certa rouquidão que é a sua voz. E que também é uma energia que nos liga ao cosmos, que estabelece uma dialéctica com ele.
Recordo-me de descobrir que num poema era preciso que cada palavra fosse necessária, as palavras não podiam ser decorativas, não podiam servir só para ganhar tempo até ao fim do decassílabo, as palavras tinham que estar ali porque eram absolutamente indispensáveis. Isso foi uma descoberta.
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Penso que o futuro vai depender do desenvolvimento cultural das populações. E em Portugal pensa-se muito pouco nisso. Há formas de cultura que estão a desaparecer ou já desapareceram. Culturas da ruralidade, tradicionais, que desapareceram – e no seu lugar ficou zero, uma simples informação baralhada e mínima. Isto é grave.
Para escrever é preciso ser impessoal. A arte é uma mimesis que só se dá quando o artista põe o eu entre parêntesis. É um bocado, de facto, uma teoria da despersonalização. Além disso não gosto de falar de mim própria, coisa que não leva a nada, porque a pessoa que escreve procura, de facto, intuitivamente, tornar-se uma página em branco, criar em si própria um certo vazio.
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