Charles Baudelaire

França
9 Abr 1821 // 31 Ago 1867
Poeta/Escritor/Crítico

Publicidade

O Monge Maldito

Os devotos painéis dos antigos conventos,
Reproduzindo a santa imagem da Verdade,
Davam certo conforto aos sóbrios monumentos,
Tornavam menos fria aquela austeridade.

Olhos fitos em Deus, nos santos mandamentos,
Mais de um monge alcançou palma de santidade,
A' Morte consagrando obras e pensamentos
Numa vida de paz, de labor, de humildade.

Minh'alma é um coval onde, monge maldito,
Desde que existe o mundo, aborrecido, habito,
Sem ter um só painel que possa contemplar...

— O' monge mandrião! se quer's viver, contente,
uma vida de paz, não seja indolente;
Caleja-me essas mãos, trabalha! vai cavar!

Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"
Tradução de Delfim Guimarães
Obtido em Wikisource
// Consultar versos e eventuais rimas




Publicidade

Publicidade

Publicidade

Inspirações

Como Recordamos

Publicidade

© Copyright 2003-2025 Citador - Todos os direitos reservados | SOBRE O SITE