Publicidade

Charles Baudelaire

França
9 Abr 1821 // 31 Ago 1867
Poeta/Escritor/Crítico

Publicidade

O Homem e o Mar

Homem livre, o oceano é um espelho fulgente
Que tu sempre hás-de amar. No seu dorso agitado,
Como em puro cristal, contemplas, retratado,
Teu íntimo sentir, teu coração ardente.

Gostas de te banhar na tua própria imagem.
Dás-lhe beijo até, e, às vezes, teus gemidos
Nem sentes, ao escutar os gritos doloridos,
As queixas que ele diz em mística linguagem.

Vós sois, ambos os dois, discretos tenebrosos;
Homem, ninguém sondou teus negros paroxismos,
Ó mar, ninguém conhece os teus fundos abismos;
Os segredos guardais, avaros, receosos!

E há séculos mil, séc'ulos inumeráveis,
Que os dois vos combateis n'uma luta selvagem,
De tal modo gostais n'uma luta selvagem,
Eternos lutador's ó irmãos implacáveis!

Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"
Tradução de Delfim Guimarães
Obtido em Wikisource
// Consultar versos e eventuais rimas




Publicidade

Publicidade

Publicidade

Facebook
Publicidade

Inspirações

Felicidade Pessoal

Publicidade

© Copyright 2003-2021 Citador - Todos os direitos reservados | SOBRE O SITE