Alberto Caeiro
(Heterónimo de Fernando Pessoa)

Portugal
n. 16 Abr 1889
Poeta

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116 Poemas

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Sim: Existo Dentro do Meu Corpo (101)

Sim: existo dentro do meu corpo./ Não trago o sol nem a lua na algibeira./ Não quero conquistar mundos porque dormi mal,/ Nem almoçar a terra por causa do estômago./ Indiferente?/ Não: natural d...

Leram-me Hoje S. Francisco de Assis (102)

Leram-me hoje S. Francisco de Assis./ Leram-me e pasmei./ Como é que um homem que gostava tanto das coisas,/ Nunca olhava para elas, não sabia o que elas eram?/ / Para que havia de chamar minha irm...

Gozo os Campos sem Reparar para Eles (103)

Gozo os campos sem reparar para eles./ Perguntas-me por que os gozo./ Porque os gozo, respondo./ Gozar uma flor é estar ao pé dela inconscientemente/ E ter uma noção do seu perfume nas nossas idÃ...
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Um Poente Triste (104)

Nunca sei como é que se pode achar um poente triste./ Só se é por um poente não ter uma madrugada./ Mas se ele é um poente, como é que ele havia de ser uma madrugada?/ / Alberto Caeiro, in ...

Ser Real é a Única Coisa Verdadeira do Mundo (105)

Todas as teorias, todos os poemas/ Duram mais que esta flor./ Mas isso é como o nevoeiro, que é desagradável e húmido,/ E maior que esta flor.../ O tamanho, a duração não têm importância nen...

Há em Cada Coisa Aquilo que Ela É que a Anima (106)

Também sei fazer conjecturas./ Há em cada coisa aquilo que ela é que a anima./ Na planta está por fora e é uma ninfa pequena./ No animal é um ser interior longínquo./ No homem é a alma que vi...
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Um Renque de Ãrvores lá Longe (107)

Um renque de árvores lá longe, lá para a encosta./ Mas o que é um renque de árvores? Há árvores apenas./ Renque e o plural árvores não são cousas, são nomes./ Tristes das almas humanas, qu...

O que Ouviu os Meus Versos (108)

O que ouviu os meus versos disse-me: Que tem isso de novo?/ Todos sabem que unia flor é uma flor e uma árvore é uma árvore./ Mas eu respondi, nem todos, (?.......... )/ Porque todos amam as flor...

Uma Gargalhada de Raparigas (109)

Uma gargalhada de raparigas soa do ar da estrada./ Riu do que disse quem não vejo./ Lembro-me já que ouvi./ Mas se me falarem agora de uma gargalhada de rapariga da estrada,/ Direi: não, os montes...

Pobres das Flores dos Canteiros (110)

Pobres das flores dos canteiros dos jardins regulares./ Parecem ter medo da polícia.../ Mas tão boas que florescem do mesmo modo/ E têm o mesmo sorriso antigo/ Que tiveram para o primeiro olhar do...
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