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António Osório

Portugal
n. 1 Ago 1933
Escritor/Poeta

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13 Poemas

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A Meus Filhos (1)

A meus filhos/ desejo a curva do horizonte./ / E todavia deles tudo em mim desejo:/ o felino gosto de ver,/ o brilho chuvoso da pele,/ as mãos que desvendam e amam./ / Marga,/ meu fermento,/ neles ca...

Amo os Teus Defeitos (2)

Amo os teus defeitos, e tantos/ eram, as tuas faltas para comigo/ e as minhas; essa ênfase/ de rechaçar por timidez; solidão/ de fazer trepadeiras, agasalhos/ para velhos, depois para netos;/ indulgê...

Os Loucos (3)

Há vários tipos de louco./ / O hitleriano, que barafusta./ O solícito, que dirige o trânsito./ O maníaco fala-só./ / O idiota que se baba,/ explicado pelo psiquiatra gago./ O legatário de outros,/ o ...
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Sítio Exacto (4)

Sei que não acaba/ o teu prazer,/ nem o meu./ / Alguém/ ama connosco/ e nos leva/ ao sítio exacto/ das estações./ / Nem o sono/ depois nos pertence,/ quinhão de outros/ herdado após amarem./ / Ant...

Mãe que Levei à Terra (5)

Mãe que levei à terra/ como me trouxeste no ventre,/ que farei destas tuas artérias?/ Que medula, placenta,/ que lágrimas unem aos teus/ estes ossos? Em que difere/ a minha da tua carne?/ / Mãe que l...

Peso do Mundo (6)

A poesia não é, nunca foi/ uma enumeração ou composto/ de exuberância, bondade,/ altitude, nem arado/ ou dádiva sobre chão/ prenhe de mortos./ / Nem o arrependimento/ de Deus por ter criado o homem/ ...
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Amar (7)

Amar não deve ser desfortuna./ O cio transfunde/ a lagartixa e o homem/ na criação tenaz./ E o buxo, o pólen/ e as primeiras folhas/ da vinha virgem. Amor/ não tem quaresma,/ nela impetuoso regressa ...

As Adolescentes (8)

A pele mosqueada da maçã reineta,/ um ar vago e doce, feliz./ Subitamente correm como rapazes,/ são a corda do arco/ que se dilata e a seta do corpo/ chega aos quinze anos,/ quando abrem as ancas/ e ...

Cada Segundo (9)

Não desejo a indigência,/ a serenidade/ dos lugares desertados:/ desejo que cada segundo/ quando amo/ explodisse/ e fosse a terra/ em sua expansão/ durante a primeira noite,/...

Nascente (10)

Quando sinto de noite/ o teu calor dormente/ e devagar/ para que não despertes/ digo: cedro azul,/ terra vegetal,/ ou só/ amor, amor;/ quando te acaricio/ e devagar/ para que não despertes/ tomo na m...
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