Não posso adiar o amor para outro século/ não posso/ ainda que o grito sufoque na garganta/ ainda que o ódio estale e crepite e arda/ sob montanhas cinzentas/ e montanhas cinzentas/ / Não posso adiar...
Amo o teu túmido candor de astro/ a tua pura integridade delicada/ a tua permanente adolescência de segredo/ a tua fragilidade acesa sempre altiva/ / Por ti eu sou a leve segurança/ de um peito que p...
Conheço a tua força, mãe, e a tua fragilidade./ Uma e outra têm a tua coragem, o teu alento vital./ Estou contigo mãe, no teu sonho permanente na tua esperança incerta/ Estou contigo na tua simplicid...
Para um amigo tenho sempre um relógio/ esquecido em qualquer fundo de algibeira./ Mas esse relógio não marca o tempo inútil./ São restos de tabaco e de ternura rápida./ É um arco-íris de sombra, quen...
É por ti que escrevo que não és musa nem deusa/ mas a mulher do meu horizonte/ na imperfeição e na incoincidência do dia-a-dia/ Por ti desejo o sossego oval/ em que possas identificar-te na limpidez ...
Se é clara a luz desta vermelha margem/ é porque dela se ergue uma figura nua/ e o silêncio é recente e todavia antigo/ enquanto se penteia na sombra da folhagem./ Que longe é ver tão perto o centro ...
Por vezes cada objecto se ilumina/ do que no passar é pausa íntima/ entre sons minuciosos que inclinam/ a atenção para uma cavidade mínima/ E estar assim tão breve e tão profundo/ como no silênci...
Escuto na palavra a festa do silêncio./ Tudo está no seu sítio. As aparências apagaram-se./ As coisas vacilam tão próximas de si mesmas./ Concentram-se, dilatam-se as ondas silenciosas./ É o vazio ou...
Vive-se quando se vive a substância intacta/ em estar a ser sua ardente harmonia/ que se expande em clara atmosfera/ leve e sem delírio ou talvez delirando/ no vértice da frescura onde a imagem tre...
As palavras esperam o sono/ e a música do sangue sobre as pedras corre/ a primeira treva surge/ o primeiro não a primeira quebra/ / A terra em teus braços é grande/ o teu centro desenvolve-se como um...
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